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quinta-feira, março 22, 2007

Gilberto Gil defende cultura ´hacker´ em congresso sobre internet





Não é a primeira vez que o Ministro da Cultura se auto-proclama um ´hacker´ artístico


Gilberto Gil afirmou se identificar, como artista, com o ideário hacker


BARCELONA, Espanha - O ministro de Cultura, Gilberto Gil, defendeu hoje em Barcelona a cultura ´hacker´, na abertura do Congresso Global da internet que, durante quatro dias, analisará as tendências e desafios do mundo em rede.

"Eu, Gilberto Gil, como ministro de Cultura do Brasil e como músico trabalho a cada dia com o impulso da ética hacker", disse.

De acordo com o ministro, é preciso diferenciar os hackers dos "crackers" que, em sua opinião, são piratas da informática comuns. Ele classificou os hackers como primeiros "militantes da contracultura a ver no computador uma fantástica ferramenta de comunicação".

Gil opôs o mundo "hacker" ao que chamou de "ortodoxia analógica reacionária", defendeu a aposta no software livre e disse que "a internet permite criar espaços de igualdade".

Para o ministro, "os hackers inovam, resolvem problemas e exercitam a organização de cooperação mútua e voluntária", o que se encaixaria perfeitamente no espírito inicial da internet.

Gil, no entanto, advertiu que "a revolução tecnológica não pode se justificar por si mesma. Ela deve ser refletida no benefício e bem-estar dos povos".

O ministro citou, como exemplo, o programa "Um PC para todos", desenvolvido pelo Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disseminar o uso de computadores a preços acessíveis e equipados com software livre.

"Graças à internet, um índio do Amazonas pode oferecer seus cestos artesanais a compradores do Primeiro Mundo evitando intermediários e conseguindo, por isso, um preço cem vezes superior ao que recebia antes e, ao mesmo tempo o comprador consegue descontos enormes", disse Gil.


Identificação
Não é a primeira vez que Gilberto Gil se pronuncia um ´hacker´. No início do ano passado, durante o Fórum de Software Livre, realizado em Porto Alegre, Gil defendeu o que chamou de ´ética hacker´, pregando que estes programadores trabalham pela expansão da liberdade do conhecimento e pela liberdade de expressão, tidas por ele como valores essenciais para a Sociedade da Informação.

"Sou ministro, sou músico, mas sou sobretudo um hacker, em espírito e em vontade", declarou na ocasião.

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