Márcio James
Segundo Dom Joércio, um dos maiores
problemas de Coari é a prostituição infantil
Aristide Furtado
da equipe de A CRÍTICA
O bispo da prelazia de Coari (a 370 quilômetros de Manaus), Dom Joércio Gonçalves Pereira, em entrevista concedida A CRÍTICA, ontem, defendeu o rigor nas investigações das supostas irregularidades praticadas pela administração municipal. Cobrou dos vereadores da oposição maior vigilância na defesa dos interesses da população. E criticou a falta de envolvimento político do povo.
Dom Joércio considera muito difícil a situação do prefeito Adail Pinheiro (PMDB), que responde a processo na Câmara Municipal por uso de notas fiscais frias, na Justiça Federal por desvio de R$ 45 milhões da Previdência Social, e na Justiça estadual por não cumprir ordem judicial. "Cada um tem que buscar se defender. Mas contra fato não há argumento. A Justiça tem que investigar", afirmou.
Para o bispo Joércio, que está na prelazia há um ano, "tudo o que está acontecendo demonstra que alguma coisa precisa ser feita e ser mudada." Segundo ele, o povo tem que fiscalizar os atos do poder público. "Não deve deixar o administrador fazer o que quer", aconselha.
Dom Joércio espera que os conflitos políticos sejam logo resolvidos para que autoridades locais se concentrem nos problemas do município. Um dos mais graves, segundo ele, é o aumento da prostituição infantil. "A questão da droga é uma coisa muito forte. Aqui é rota do tráfico do rio Solimões", relata.
Segundo Dom Joércio, Coari experimenta um certo desenvolvimento econômico. Porém, as comunidades ribeirinhas ainda padecem com a falta de atendimento médico. "Com a fonte de renda que tem, o município poderia equacionar esses problemas de forma a proporcionar ao povo uma vida melhor", diz o religioso. Para ele, o povo tem sua parcela de culpa porque elege os políticos e não fiscaliza a atuação deles.
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