O Amazonas tem o maior patrimônio arqueológico do país. Isto significa que os nossos antepassados indígenas deixaram objetos e vestígios que datam de mais de sete mil anos. Temos aí uma enorme oportunidade para promover o desenvolvimento sustentável a partir da valorização do patrimônio arqueológico do Amazonas.
Para transformar esta oportunidade em políticas públicas direcionadas para o desenvolvimento sustentável, está em andamento uma iniciativa de articulação e planejamento estratégico, a partir das Programa de Compensações Ambientais do Gasoduto Coari-Manaus. Nesta iniciativa participam o IPHAM, UFAM/ Museu Amazônico, INPA, UEA, SECT, USP, SEC, PETROBRÁS, IPAAM, CIGÁS e Prefeitura de Iranduba, com a coordenação da SDS.
Os trabalhos de arqueologia na Amazônia seguem duas grandes linhas de pensamento. A primeira defende que as culturas indígenas da Amazônia eram pouco desenvolvidas e com baixa densidade populacional. Seriam sociedades periféricas em relação àquelas que se desenvolveram nos Andes, como os Incas. Outra linha de pensamento defende que as culturas indígenas da Amazônia não eram periféricas das andinas e foram densamente ocupadas e possuíam sociedades complexas. Este debate acadêmico é importante para entendermos a história dos nossos antepassados e das suas relações com os ecossistemas amazônicos e a sua sustentabilidade.
Os trabalhos em desenvolvimento na área de influência direta do gasoduto Coari-Manaus já identificaram 40 sítios arqueológicos, com uma enorme riqueza. Este patrimônio está sendo trabalhado por pesquisadores altamente qualificados e deverá servir de base para programas de pós-graduação no INPA, UFAM e UEA, com apoio da SECT. O material coletado será analisado, catalogado e exposto para visitação pública no futuro Centro de Arqueologia, que está sendo concluído pela
Secretaria Estadual de Cultura, em Manaus. Numa parceria entre a Prefeitura Municipal, Petrobras, UFAM/Projeto Piatam e Governo do Amazonas, deverá ser construído um Centro de Arqueologia da Biota Amazônica, em Iranduba. Este Centro deverá criar uma nova oportunidade para a formação de jovens e promoção do turismo.
Além disso, estamos trabalhando na implementação de uma oficina para fabricar réplicas de material arqueológico para artesanato, elaboração de um programa de educação patrimonial para professores da rede pública de ensino, construção de locais para exposição descentralizada do acervo arqueológico, apoio para programas de pós-graduação em arqueologia e formulação do marco regulatório apropriado para a gestão do nosso patrimônio arqueológico.
A valorização do patrimônio arqueológico é parte estratégica da política de desenvolvimento sustentável do Amazonas. Como diz o Governador Eduardo Braga, o Programa Zona Franca Verde representa novos referenciais de conceitos e valores para o nosso futuro. Por tudo isso, técnicos e pesquisadores de arqueologia têm uma contribuição importante para a sustentabilidade do nosso desenvolvimento.
VIRGÍLIO VIANA, secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
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