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Márcio Rocha: Bacia do Solimões tem gás para resolver problema do Brasil
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Joubert Lima
Da equipe de A CRÍTICA
A HRT Participações está montando escritórios em Manaus, Coari e Tefé para dar início a um projeto ambicioso: explorar a reserva de petróleo e gás natural em 21 blocos na Calha do Solimões. Segundo levantamento da empresa, são entre quatro e seis bilhões de óleo extremamente leve, e de 15 a 20 TCFs (um TCF equivale a 28,3 bilhões de metros cúbicos) de gás. “É gás suficiente para resolver o problema do País, que importa 60% do gás que consome”, diz o presidente da HRT, Márcio Rocha Mello. O investimento nos próximos cinco anos é US$ 2 bilhões.
O professor Ronaldo Mannarino, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) concorda com a estimativa da HRT para o volume de gás, mas duvida que haja tanto óleo. De qualquer forma, o foco principal da empresa está no gás. Como a maior parte da reserva está selada por uma camada de sal que precisa ser rompida no processo de exploração, Mello afirma que o “Amazonas pode ter seu próprio pré-sal”.
O empresário explica que as áreas de exploração ficam nos municípios de Tefé e Coari. Uma alternativa de escoamento pode ser a construção de um ramal ligando o gasoduto Urucu-Manaus à região do Juruá. Na capital, o gás poderia ser processado na Reman distribuído para o País via cabotagem (navegação ao longo da costa).
A disponibilidade de tanto gás também viabilizaria uma ideia inusitada: a cidade poderia ter usinas térmicas de grande capacidade movidas a gás. Essas unidades gerariam energia que poderia ser exportada para outras regiões.
Meio ambiente
A perfuração dos primeiros poços deve ocorrer entre junho e julho do ano que vem. Será necessário abrir clareiras na floresta para instalar as sondas e montar a estrutura de exploração. A empresa está se preparando para iniciar os procedimentos junto aos órgãos ambientais. O geólogo acredita em um trâmite rápido. “Não tem reserva indígena, nem ambiental, os equipamentos serão transportados por helicóptero. Toda a área já vem sendo explorada corretamente pela Petrobras há vários anos”, disse.
Uma possível parceria com a Petrobras é vista pelo empresário como estratégica para execução do projeto. “Queremos nos juntar para ter mais um parceiro agressivo, para tornar isso (o projeto) uma realidade, um ‘pré-sal’ do Amazonas”.
Nos próximos três anos, a projeção da HRT é contratar até dois mil funcionários para trabalhar no Amazonas. Devem ser contratados funcionários para os escritórios e para os trabalhos de campo: geólogos, geofísicos, biólogos, ambientalistas, zoólogos, engenheiros, entre outros profissionais.
Até 2011 serão investidos US$ 275 milhões, mas a expectativa da empresa é investir US$ 2 bilhões até 2014. “Para começar o projeto, já temos todo o dinheiro que precisamos. Não dependemos de nada“, afirmou Mello.
Fonte: ACrítica.