Mundo se prepara para apagar seus ícones em nome do planeta
Um apagar mundial e em série está marcado para hoje, entre às 20h30 e 21h30. É a Hora do Planeta, evento realizado pela primeira vez em 2007, em Sidney, na Austrália, que pretende mais uma vez chamar a atenção das pessoas sobre as mudanças climáticas e a degradação ambiental da Terra.
A versão 2010 deste “apagão voluntário” já superou todos os recordes anteriores, a começar pelo número de países (125), com 36 a mais do que o ano passado. Entre eles, inauguram sua participação no evento o Nepal, a Mongólia, a Arábia Saudita, a Nigéria, os vizinhos Paraguai e Uruguai, e também o Marrocos.
Em número de cidades, no mundo, a lista já inclui 3.483 cidades. Em termos de ícones apagados, ao todo serão 1.277.
Paris, a famosa cidade-luz, deixará a Torre Eiffel às escuras, bem como Berlim apagará o Portão de Brandenburgo. E as duas cidades não serão as únicas a expressar suas preocupações silenciando visualmente seus principais ícones.
A estátua de Alexandre O Grande, na Grécia; a Cidade Proibida, em Beijing; o Forte Vermelho, na Índia, são só alguns dos exemplos de adesão à campanha.
No Brasil, a história não será diferente. Até o momento, 145 monumentos e locais públicos serão apagados. A começar pelo principal deles, que é a cara do País no exterior: o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Em São Paulo será a Ponte Estaiada, o Monumento às Bandeiras, o Viaduto do Chá, o Estádio do Pacaembu, o Obelisco e o próprio Parque do Ibirapuera.
Ao todo, 19 capitais brasileiras confirmaram participação oficial na Hora do Planeta. E, até ontem, 72 cidades tinham se inscrito na manifestação global.
Meio acadêmico
Em Manaus, além da participação oficial do governo, duas universidades, professores e alunos resolveram levar o movimento para outros cantos da cidade e até mesmo para outros municípios do Amazonas. O Centro Universitário Luterano de Manaus (CEULM) organizou um show de música acústica no campus. A concentração será a partir das 19h.
Meia hora depois entram em cena, para um show, o grupo Imbaúba e o conjunto musical infantil Pássaros da Amazônia. As baterias utilizadas serão carregadas com energia solar. Às 20h30 terminam as apresentações e as luzes do campus serão apagadas.
Os participantes iniciam então um passeio a pé e de bicicleta até a Lagoa do Japiim, um dos parques que também ficarão no escuro. As bicicletas estarão equipadas com dínamos que gerarão energia e acenderão os faroletes no caminho.
Já a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que possui campi em 24 municípios, aproveita a Hora do Planeta para testar, na prática, a capacidade de mobilização de seus alunos e professores. O resultado é que, além de Manaus, outros quatro municípios realizarão eventos hoje. O apagar de luzes vai se aproximar da floresta.
No município de Itapiranga, alunos e professores organizaram uma procissão à luz de velas. Em São Sebastião, os jovens farão uma vigília na igreja adventista do município.
Em Barcelos, cidade fundada em 1758 e que foi a primeira capital do Amazonas, a Hora do Planeta será celebrada com uma cantata na escadaria de uma igreja centenária às margens do rio Negro. Em Coari, será feita uma apresentação musical, iluminada com velas e latas.
Segundo Laerte Nogueira da Silva, coordenador geral do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da UEA, “esta é uma oportunidade para a capacitação dos alunos em processos de sensibilização e mobilização da sociedade dos municípios em que vivem, a respeito de questões ambientais e sociais. Esse é o tipo de desafio com que eles terão de lidar quando se formarem”.
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