De
acordo com o Google, Coari é um município de grande importância para o
nosso Estado e para a União, além de ser também uma das cidades mais
ricas da região Norte. Me perdoe o google mas durante a minha passagem
pelo município eu não vi nada disso não. Cheguei em Coari no final de
março, e depois de Tabatinga era a cidade que eu mais tinha curiosidade
de conhecer, mas como o ditado já fala a curiosidade matou o gato e
deixou a Jamyly Macêdo aqui no minimo frustrada com o que viu. Eu
esperava uma cidade relativamente grande e bem desenvolvida, afinal não é
pouco o dinheiro que entra ali, mas o que eu vi mesmo desde o aeroporto
foi uma província que ainda vai demorar muito para chegar ao status de
desenvolvida.
Alguns problemas se pareciam muito com o
da nossa capital; ruas esburacadas, falta de planejamento urbano, a
sujeira gritante na zona portuária, feira sem o menor cuidado ou atenção
da tal da vigilância sanitária, os mototaxistas que são o pesadelo de
qualquer pedestre ou motorista, mas o que mais me assustou mesmo foi a
falta de iluminação pública, as ruas escuras e desertas eram de deixar
qualquer garota como eu em pânico.
Éramos apenas 3 garotas entre seus 23 a
25 anos e fomos a Coari claro trabalhar, ficamos hospedadas naquele que
dizem ser o melhor hotel da cidade
”Alex Flat”,
se era o melhor eu não sei, mas era bem confortável, cada andar tinha
sua própria área de convivência, seu roteador, enfim você se sentia bem
desde a portaria com recepcionistas muito bem treinados. O quarto era
triplo como sempre, com uma diária de 140 $ que compreendia o café da
manhã e vocês podem achar normal e dizer claro que tinha café da manhã
incluso mas não é bem assim, procurei 3 hotéis antes de fechar com o
Alex e nenhum deles tinha café ou internet, apesar do preço das diárias
serem bem semelhantes.
Mesmo tendo ficado na cidade apenas três
dias e boa parte deles em escolas trabalhando a noite nós dedicávamos
nosso tempo a gastronomia local. Na primeira noite ainda não tinha feito
muita amizade então fui pedir sugestão ao recepcionista do hotel que
recomendou o restaurante da frente. OK! fui lá conhecer e para minha
surpresa a casa oferecia fígado com arroz, farinha e uma melancia
murcha, murcha fiquei eu com essas opções. Segui ao final da rua onde
disseram ter o melhor restaurante da cidade, mas lá só tinham 3 casais,
eu gosto de ver pessoas então se a casa está vazia já perde pontos
preciosos comigo.
Apesar de as
ruas serem tenebrosas e me deixarem com medo a ponto de andar
praticamente correndo, me arrisquei e percorri a cidade atrás de um
local interessante para comer e encontrei a praça da igreja onde tinham
várias banquinhas, parei lá mesmo e jantei um dos melhores hot dogs já
experimentados por mim até hoje. A iluminação na área da igreja era
excelente, cheguei a fazer ótimas fotos do local até, o que me deixou
intrigada. Porque as ruas da cidade que deveriam ser pelo menos
razoavelmente iluminadas eram um breu só e a igreja tinha aquela luz
toda? Só faltavam me dizer que era a luz divina que causava essa
impressão.
No segundo dia com a cara de pau linda
que o Senhor bom Deus me deu fiz amizades com alguns hóspedes do hotel, o
nosso hotel também hospedava os funcionários da Petrobrás, metade dele
na verdade era só dos laranjinhas. Uma vez amizade feita fomos jantar,
os laranjinhas amigos e nós mocinhas do PCE, argumentamos boa parte da
noite sobre o descaso com um município que tem tanto pra oferecer e
várias formas de se desenvolver, ficamos sabendo sabendo enfim quais os
melhores lugares para se comer, descobrimos curiosidades sobre a
população local e várias outras coisas.
Praia durante a cheia foi impossível de conhecer então me conformei em ir até o porto
fazer algumas fotos, em conhecer o Cristo da cidade, sim Coari tem um
cristo redentor também. Em ir até a feira e fazer aquela já tradicional
comparação de preços e produtos.
A cidade nos acolheu de braços abertos, a
Seduc Coari está de parabéns, atenciosas nos recepcionaram, fizeram
eventos, bem grandes por sinal, a coordenadora da Secretaria de Educação
no município Marilene Maciel foi solícita em tudo o que foi pedido e
até no que não foi.
As escolas estaduais não poderiam ser
melhores, a escola estadual Thomé Medeiros Raposo até prêmio já recebeu,
de melhor gestão escolar. A Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é
referência em inclusão social, com 15 alunos especiais, divididos entre
mudos, surdos e cegos, implantando a alfabetização de libras na rotina
da escola.
O final da nossa passagem pelo município
foi celebrado com um jantar oferecido pela coordenação da Seduc local,
na casa da colaboradora Marília. Muita risada, ótima conversa e parceria
marcaram o final dessa visita que com certeza ficará para a história.
Obrigada Coari, em junho estaremos juntos de novo!