O palacete foi construído como residência do político
Silvério Nery (senador e governador) e serviu também, nos anos 80, como
sede da Câmara Municipal de Manaus.
Manaus - Importante imóvel do conjunto
arquitetônico do Centro de Manaus, o Palacete Silvério Nery, na Avenida
Joaquim Nabuco, esquina com a Rua dos Andradas, teve a obra embargada
pelo Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano
(Implurb), nesta segunda-feira, 20.
O embargo aconteceu em razão
de uma vistoria técnica onde foi constatado que houve alteração no
projeto de reforma. O processo foi licenciado em outubro de 2012 e obra
que em execução continha, inclusive, demolições internas não previstas
na autorização concedida.
O caso chegou ao órgão a partir de uma
denúncia feita no domingo, 19, de que o imóvel estava sendo demolido.
Ainda no domingo, equipes de fiscalização do Implurb, da Defesa Civil e
assessores da Secretaria Extraordinária de Requalificação do Centro
(Semex) estiveram na Avenida Joaquim Nabuco, verificando a denúncia. No
local estavam apenas pedreiros, que tiravam madeira da área interna, do
teto e assoalho.
Em razão da importância histórica do antigo
casarão, datado de 1899, o próprio presidente do Implurb, Roberto Moita,
esteve no endereço verificando a situação da reforma. Ao revisar o
projeto, a vistoria da Gerência de Levantamento Técnico (GLT) constatou
que houve demolição interna da escada original, de todo o piso do
primeiro e segundo pavimentos – o empreendimento tem três pavimentos –,
há uma demolição de um segmento da fachada e que toda a alvenaria que
estava sobre os pisos foi derrubada.
No palacete hoje só estão de
pé as paredes externas e os pilares do meio da edificação, sem escoras,
o que contraria os pedidos apresentados para obtenção da licença. O
laudo informa ainda que foi retirado todo o madeirame: pisos, escada,
vigas e pilares.
O embargo foi feito pelo desacordo com a
autorização de reforma, que previa, entre outros, reconstituição da
fachada histórica com recomposição dos elementos estéticos, como
esquadrias, cimalhas, frisos, molduras e demais ornatos na forma
original (nada iniciado); implantação de lajes pré-moldadas; aplicação
de revestimento cerâmico interno para o piso dos dois pavimentos na cor
bege; aplicação de revestimento em ladrilho hidráulico antiderrapante
para o piso externo; aplicação de mármore carrara para as paredes
divisórias dos banheiros; pintura na cor branca das portas de madeira de
lei; entre outros.
A Defesa Civil alertou para a necessidade de a
fachada receber um escoramento durante os trabalhos internos, a fim de
reduzir qualquer possibilidade de risco e dano. Mas até a regularização
da obra, a mesma deverá permanecer paralisada.
A certidão de
reforma sem acréscimo foi cancelada pelo Implurb em razão da vistoria
ter encontrado situação diferente do documento. No embargo, a
fiscalização verificou obstrução de logradouro público com exposição de
madeira, com pregos fixados, pelo portão principal da casa.
Parte
de um importante conjunto arquitetônico, que incluí a Igreja Nossa
Senhora dos Remédios e Faculdade de Direito da Ufam, o palacete foi
construído como residência do político Silvério Nery (senador e
governador) e serviu também, nos anos 80, como sede da Câmara Municipal
de Manaus.