O Autor do livro “Fraudes e Defesas no Voto Eletrônico” Amílcar Brunazo Filho disse que trocar o Windows pelo Linux nas urnas eletrônicas é um passo importante, mas não resolve o problema da segurança. Os partidos ainda não podem fazer uma verificação dos votos, em caso de suspeita de fraude, porque não há prova material, não há um comprovante do voto impresso.
A idéia de utilizar o software livre foi boa, porém foi apenas para entrarem em conforme com a lei que desde 1996, quando entraram as urnas eletrônicas, previa que todos os softwares, todos os programas fossem apresentados aos partidos políticos. E a Justiça Eleitoral não vinha cumprindo esse artigo. Só agora em 2008, pela primeira vez, todos os softwares das urnas serão abertos.
Temos que olhar o nível segurança e não apenas os sistemas. Isso é bom, mas não é a solução definitiva para o problema das urnas, ou seja, sendo Linux ou Windows pode ser possível invadir o sistema e remover qualquer indício de invasão impossibilitando assim uma perícia já que não há comprovante impresso.
Um grande novidade que é até mais importante do que o uso de software livre é a publicação na internet dos resultados de cada urna eleitoral, chamado de Boletim de Urna, onde os partidos poderão coletar o boletim que é impresso pela urna eletrônica e no dia seguinte, podem verificar na internet se aqueles totais que saíram das urnas foram os que entraram no sistema de digitalização e, assim, fazer uma auditoria da totalização.
Será usado também um sistema de biometria que é muito interessante, mas tem um problema: o mesário vai poder continuar votando pelo eleitor ausente, prática bastante comum, mesmo com a biometria. Essa é uma fraude de freqüência grande que não está sendo resolvida por este sistema.
Se diz em diversos sites que não se provou fraude no sistema eleitoral, só que na verdade não há como provar. O ITA fez uma auditoria recentemente, mas eles não conseguiram comprovar se houve fraude. Já se conseguiu comprovar que as urnas não estavam funcionando como deviam, algumas até apresentando funcionamento anormal. Mas se houve desvio de voto, isso não foi possível.
Concluindo. Acredito que a intenção é boa e a segurança provavelmente aumentou, mas ainda tem muito o que melhorar, já que as fraudes aconteciam e devem continuar a acontecer. Talvez estes sejam os motivos do porque muitos países ainda não aderiram as urnas eletrônicas.
Referências:
Jornal Perspectiva
Site Paulo H. Amorim