População ocupou, ontem, pela manhã, área em frente
ao prédio da Câmara Municipal de Coari em ato de
apoio ao prefeito que tem mandato ameaçado
Aristide Furtado
da equipe de A CRÍTICA
A juíza da 2ª Vara da Comarca de Coari, Ana Paula Braga, reconsiderou, ontem à tarde, sua decisão e permitiu à Câmara Municipal colocar em votação o relatório que pede a cassação do prefeito Adail Pinheiro (PMDB). O presidente do poder legislativo municipal, vereador Osni Oliveira (PSL) disse, contudo, que não levará o parecer à apreciação do plenário porque a oposição não tem mais quórum para tirar o mandato do prefeito.
Para cassar Adail Pinheiro, que é acusado de usar notas fiscais frias para justificar gastos da prefeitura, a bancada oposicionista, composta de seis vereadores, precisava de mais um voto. O sétimo voto seria conseguido com o afastamento do vereador José Henrique, da base governista, e a nomeação do seu suplente Antônio Merelo, que votaria contra o prefeito.
Uma decisão liminar concedida na manhã de ontem pelo desembargador Francisco Auzier, acatando mandato de segurança preventivo da assessoria jurídica de Adail, frustrou os planos da oposição. O magistrado proibiu o afastamento dos vereadores José Henrique, Leodino Menezes, Anacleto Dantas e Adão Martins, todos partidários do prefeito.
Ao ser perguntado quando levaria o relatório à votação Osni Oliveira disse: "agora não interessa mais. Hoje nós só temos seis vereadores. O tempo que o prefeito queria para se articular já teve. Se ela (a juíza Ana Paula) não tivesse dado a liminar para parar a comissão teríamos cassado ele (Adail) ontem. Não vou colocar em votação".
A leitura do parecer da comissão processante mobilizou a população do município. O procedimento deveria ter ocorrido na sessão plenária de quarta-feira. Mas foi suspenso por ordem da juíza Ana Paula Braga. Dezenas de policiais militares estiveram no prédio da Câmara Municipal para dar cumprimento à determinação judicial. O oficial de Justiça Francisco Coelho ameaçou dar voz de prisão a Osni Oliveira caso o relatório fosse lido.
Na manhã de ontem, cerca de 7 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, ocuparam a área em frente da Câmara para acompanhar a cassação de Adail Pinheiro. A maioria delas, segundo o comandante da PM capitão Denildo Brilhantes, prestava apoio ao prefeito. O grupo era puxado por um trio elétrico comandado pelo secretário municipal de Comunicação municipal Walcione Tavares.
Dia sem escola
De acordo com o sindicalista Elson Freitas, as escolas da rede municipal e estadual de ensino liberaram professores e alunos para engrossar a manifestação pró-Adail. As escolas estaduais Instituto Bereano de Coari e Francisco Lopes Braga, segundo ele, teriam agido dessa forma. "Levaram muitas pessoas para declarar apoio ao prefeito. Muitos dos garis estavam lá", disse o sindicalista.
O procurador-geral do município, Aldo Evangelista contesta tal informação. Segundo ele, todos os setores da prefeitura funcionaram normalmente no dia de ontem. "Isso não tem procedência. As pessoas foram por livre e espontânea vontade. Estamos em uma democracia. Não partiu nenhuma ordem do prefeito nesse sentido", disse Aldo Evangelista.
Aristide Furtado
da equipe de A CRÍTICA
A juíza da 2ª Vara da Comarca de Coari, Ana Paula Braga, reconsiderou, ontem à tarde, sua decisão e permitiu à Câmara Municipal colocar em votação o relatório que pede a cassação do prefeito Adail Pinheiro (PMDB). O presidente do poder legislativo municipal, vereador Osni Oliveira (PSL) disse, contudo, que não levará o parecer à apreciação do plenário porque a oposição não tem mais quórum para tirar o mandato do prefeito.
Para cassar Adail Pinheiro, que é acusado de usar notas fiscais frias para justificar gastos da prefeitura, a bancada oposicionista, composta de seis vereadores, precisava de mais um voto. O sétimo voto seria conseguido com o afastamento do vereador José Henrique, da base governista, e a nomeação do seu suplente Antônio Merelo, que votaria contra o prefeito.
Uma decisão liminar concedida na manhã de ontem pelo desembargador Francisco Auzier, acatando mandato de segurança preventivo da assessoria jurídica de Adail, frustrou os planos da oposição. O magistrado proibiu o afastamento dos vereadores José Henrique, Leodino Menezes, Anacleto Dantas e Adão Martins, todos partidários do prefeito.
Ao ser perguntado quando levaria o relatório à votação Osni Oliveira disse: "agora não interessa mais. Hoje nós só temos seis vereadores. O tempo que o prefeito queria para se articular já teve. Se ela (a juíza Ana Paula) não tivesse dado a liminar para parar a comissão teríamos cassado ele (Adail) ontem. Não vou colocar em votação".
A leitura do parecer da comissão processante mobilizou a população do município. O procedimento deveria ter ocorrido na sessão plenária de quarta-feira. Mas foi suspenso por ordem da juíza Ana Paula Braga. Dezenas de policiais militares estiveram no prédio da Câmara Municipal para dar cumprimento à determinação judicial. O oficial de Justiça Francisco Coelho ameaçou dar voz de prisão a Osni Oliveira caso o relatório fosse lido.
Na manhã de ontem, cerca de 7 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, ocuparam a área em frente da Câmara para acompanhar a cassação de Adail Pinheiro. A maioria delas, segundo o comandante da PM capitão Denildo Brilhantes, prestava apoio ao prefeito. O grupo era puxado por um trio elétrico comandado pelo secretário municipal de Comunicação municipal Walcione Tavares.
Dia sem escola
De acordo com o sindicalista Elson Freitas, as escolas da rede municipal e estadual de ensino liberaram professores e alunos para engrossar a manifestação pró-Adail. As escolas estaduais Instituto Bereano de Coari e Francisco Lopes Braga, segundo ele, teriam agido dessa forma. "Levaram muitas pessoas para declarar apoio ao prefeito. Muitos dos garis estavam lá", disse o sindicalista.
O procurador-geral do município, Aldo Evangelista contesta tal informação. Segundo ele, todos os setores da prefeitura funcionaram normalmente no dia de ontem. "Isso não tem procedência. As pessoas foram por livre e espontânea vontade. Estamos em uma democracia. Não partiu nenhuma ordem do prefeito nesse sentido", disse Aldo Evangelista.