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segunda-feira, junho 30, 2008

Diretor de trânsito é suspeito de assassinar mototaxista em Coari

O diretor do Departamento de Trânsito de Coari (Detrac), o guarda municipal Fabrizio Alves de Oliveira, 27 anos, é suspeito de assassinar, com dois tiros, na madrugada de ontem, o mototaxista Antônio Walcione Fialho Bandeira, 28 anos, em Coari (a 363 quilômetros a oeste de Manaus), durante uma discussão de trânsito.


Segundo o irmão de Antônio Walcione, o também mototaxista Francisco Alberlane Fialho Bandeira, os tiros foram disparados por Fabrizio, por volta de 1h. Francisco disse que presenciou a morte do irmão. Ele afirmou que estava trabalhando no transporte de passageiros, quando foi abordado por agentes do Detrac, em frente ao Clube ‘Coari Show’, sob a alegação de que ele não tinha permissão para trabalhar. “Foi quando chegou o Fabrízio na Kombi do Detrac, se exaltando, dizendo que tinha poder de polícia para prender qualquer um dos ‘Brasileirinhos’ (associação de mototáxi) e foi logo atirando e me acertou na perna”, disse o mototaxista.

O irmão Antônio Walcione, que estava próximo ao local, soube do ocorrido e foi ‘tomar satisfações’ com os agentes do Detrac. “Houve muita confusão e o Fabrízio se achava soberano. Quando meu irmão foi tomar satisfações, o Fabrízio acertou dois tiros covardemente no peito, matando ele na hora. Eu não sei que permissão o Fabrízio tinha de trabalhar armado”, disse Francisco.

O presidente da Associação de Mototáxi ‘Brasileirinhos’, Abrahim Lima, cunhado de Antônio Walcione, disse que, apesar de a associação ter um salvo-conduto expedido pela juíza da 1ª Vara da Comarca de Coari, Sheyla Jordana de Sales, liberando os associados para trabalhar, os mototaxistas vêm sendo perseguidos e presos pelos agentes do Detrac. “É porque fazemos oposição ao prefeito Adail Pinheiro que a decisão da juíza não vem sendo respeitada. Os mototaxistas da associação Brasileirinhos já foram presos 31 vezes e 150 jalecos (de identificação da associação) foram apreendidos”, afirmou Abrahim.

No velório de Antônio, cartazes pediam justiça e também responsabilizavam os agentes de trânsito do Detrac pela morte do mototaxista. “Quando fomos à polícia saber se o Fabrízio já tinha sido detido, nos disseram que não podiam fazer nada”, disse o irmão da vítima, Waldiney Jander Fialho.

De acordo com o investigador da 10ª Delegacia Regional de Polícia Civil (10ª DRPC), Jorge Souza, o diretor do Detrac, Fabrízio Alves de Oliveira, suspeito de ter matado o mototaxista Antônio Walcione Fialho Bandeira, é considerado foragido e está sendo procurado pela polícia. “Temos uma equipe desde as 4 h da manhã de hoje (ontem), mas ainda não sabemos do paradeiro do Fabrízio”, disse o investigador.

Guardas

Esse é o segundo caso de homicídio envolvendo guardas municipais de Coari. No final do ano passado, o comerciário Eliney Ferreira Mendes, foi assassinado, teve o corpo queimado e jogado em uma área de mata fechada. Cinco guardas municipais, suspeitos de participar do crime estão presos aguardando julgamento.

A reportagem tentou falar com o secretário municipal de Comunicação, Daniel Maciel, mas ele não foi localizado. O secretário municipal de Defesa Social (Semdec), de Coari, Francisco Dirinho, disse que só hoje poderia se pronunciar sobre o caso.


Rixa termina com morte em Coari


Antonio Menezes
Em Coari, cidade com a segunda arrecadação do Estado, violência fez mais uma vítima fatal por motivo fútil


Manuella Barros
Da equipe de A CRÍTICA

Uma rixa entre os mototaxistas da Associação Brasileirinho de Coari (a 330 quilômetros de Manaus) e a direção do Departamento de Trânsito do Município (Detrac) terminou em morte e uma pessoa ferida na madrugada de ontem.

O motoqueiro Antônio Walcione Bandeira, 23, foi atingido com dois tiros, um no tórax e outro no braço, de revólver calibre 38, disparados pelo diretor do Detrac na cidade, identificado apenas como Fabrizio. No final da tarde de ontem, segundo familiares da vítima, a polícia teria invadido a residência onde ocorria o velório para retirar cartazes em protesto pela morte.

O crime aconteceu por volta das 3h, quando a vítima, acompanhada do irmão Francisco Alderlane Bandeira, 26, e mais dez companheiros de trabalho, foi abordada durante uma blitz. Segundo as testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, Fabrizio teria ordenado que os irmãos lhe entregassem as chaves e capacetes da moto, o que resultou numa confusão generalizada entre os funcionários do Detrac e os motoqueiros, armados com pedaços de madeira, que apareceram para ajudar o mototaxista Walcione.

“Foi então que o Fabrizio puxou a arma e atirou na perna esquerda de Francisco Alderlane. Ao ver o irmão caído no chão, a vítima partiu para cima do diretor e levou dois tiros”, contou o investigador Souza.

Souza informou que desde 5h de ontem, duas equipes da Polícia Civil de Coari estão à procura de Fabrizio, que está foragido. Conforme o irmão da vítima, Carlos Bandeira, ao contrário do que foi dito pelos funcionários da delegacia à reportagem de A CRÍTICA, nenhuma providência foi tomada porque a polícia não atende a família.

“Por aqui, não adianta fazer nada porque existe uma proteção da polícia com o diretor. Há muito tempo os meus irmãos recebiam ameaças de que se não parassem de trabalhar, iriam se arrepender”, disse Carlos. Nenhum parente do acusado foi encontrado para comentar sobre o assunto.