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Archipo.Wilson. Tecnologia do Blogger.

quinta-feira, maio 05, 2016

Coari realiza 1º Sarau Literário com lançamento de livro



A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) realizou o 1º Sarau Literário de Coari. O evento foi realizado no auditório da Secult (antigo Mandy´s Club) e contou com uma expressiva participação da sociedade coariense.

O Sarau contou com exposições de fotografias de Coari antiga, quadros de artistas coarienses, roda de leitura, recital de poesias e apresentações musicais. O momento cultural teve ainda a participação de escritores, e o lançamento do livro “Conselhos de Deus”, do poeta coariense Silvanei Santos da Silva, o Sula dos Santos. Natural da comunidade Nossa Senhora Aparecida, zona rural de Coari, Sula é professor do Ensino Fundamental, na comunidade São Sebastião do Patoá, lago de Coari. “É um prazer muito grande estar aqui lançando este livro que é fruto de um trabalho de muita dedicação”, disse Sula.

O 1º Sarau Literário também marcou o encerramento da 2ª Oficina de Literatura de Cordel e a abertura do Curso de Artes Plásticas (Desenho e Pintura), promovidos pela Secretaria de Cultura. Os dois cursos integram o Projeto de Promoção, Valorização e Incentivo à Cultura e à Leitura, implantado no município pelo atual secretário de Cultura Archipo Góes. 

“Estamos incentivando os nossos jovens a produção literária. Fazer poesia é transpor a alma e nós estamos contribuindo para que eles (os jovens) desenvolvam isso de forma natural. Estamos muito felizes em poder lançar oficialmente mais um escritor de coariense e isso nos orgulha muito”, disse o facilitador da oficina de literatura de cordel, Daniel Almeida.

Para o secretário de Cultura, Archipo Góes, o Sarau é um espaço onde os artistas podem mostrar seus trabalhos. “Queremos despertar em nossos jovens o gosto pela literatura e eventos como este oportunizam nossos escritores e alunos poder expor o que desenvolvem com muito profissionalismo e dedicação”, destacou.
O evento foi realizado na noite da última sexta-feira, 29 de abril.

Alunos do Curso de Música Fazendo Solfejo

Público Presente no Primeiro Sarau Literário de Coari

Professores Ygor Cavalcante e Atacildo no 1º Sarau Literário de Coari.

Alunos do Curso de Música


Eliete Magalhães e Poeta Sula Santos no Lançamento do seu livreto "Conselho de Deus".

Fila para autógrafos.

Novos Poetas Coarienses

Novos Poetas Coarienses

Novos Poetas Coarienses

terça-feira, maio 03, 2016

Oficina ensina jovens coarienses a escrever e recitar Literatura de Cordel



A poesia e a literatura de cordel estão conquistando os jovens coarienses, graças a oficina de Literatura de Cordel realizada pela Prefeitura de Coari, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). O objetivo da oficina é incentivar a prática da escrita, leitura e escuta em versos, através da oralidade da cultura popular.

Na oficina, os participantes aprendem, por meio de histórias, improvisos e interação, como escrever e contar as diversas modalidades da literatura de cordel. Dinâmicas trabalham a expressão corporal para o universo da poesia popular rimada e metrificada ser vivenciado plenamente. 

O projeto está despertando o interesse dos alunos pela leitura e também o talento na escrita que muitos nem sabiam que tinham. A inspiração que surge vai para ponta da caneta e toma formas e palavras em páginas de cadernos. “Achei interessante por ser uma forma de contar uma história de um jeito diferente”, afirma o acadêmico de Biologia e Química, Nilton Azevedo (28), que busca na oficina aperfeiçoar seus conhecimentos para poder escrever um cordel que esclareça, de forma simplificada, os elementos químicos da tabela periódica. 

“No começo achei um pouco difícil, mas depois foi ficando mais fácil, até porque eu já tinha tido contato com o cordel de Patativa do Assaré”, ressalta o acadêmico.

Combinar as palavras foi um desafio no começo, mas eles conseguiram. “Não é tão simples assim, achei um pouco difícil porque não é fácil encontrar palavras que rimam entre si”, conta Júnia Silva (16), uma das participantes que se empolgaram com os versos do cordel, que têm forma melodiosa e cadenciada. “Eu gostei de conhecer a forma de como se ler Literatura de Cordel, e essa experiência está sendo muito gratificante, porque além de ajudar a aumentar o nosso vocabulário, consequentemente, melhora a nossa escrita”, assegura Júnia. 

O facilitador da turma, o professor de Língua Portuguesa Daniel Almeida, diz que os alunos se interessam muito pelo jeito diferente de contar histórias do cordel. “É impressionante notar como todos que estão participando dessa oficina melhoraram a leitura e a forma de escrever. E, a receita é simples, nós transmitimos as informações de uma maneira prazerosa, deixando os participantes livres para expressar seus sentimentos. Cada um faz a sua rima com o tema que quiser, porque acreditamos que se você impor, como forma de castigo, por mal comporto, como faz o ensino tradicional, o trabalho não vai render, e muito menos conseguir seu objetivo”, explica Almeida.

Sobre a oficina

A oficina, faz parte do Projeto de Fomento à Leitura e a Produção Literária Coariense, implantado pelo atual secretário de cultura de Coari, Archipo Góes.
Desde que foi implantado em junho do ano passado, o projeto já ajudou a financiar a publicação de 4 mil livros, todos de poetas e escritores da Terra do Gás.
Muito popular no nordeste, o cordel é um gênero literário escrito em forma rimada, que foi introduzido na cultura coariense no final da década de 1920, pelo nordestino, primo do famoso cordelista Patativa do Assaré, Alexandre Montoril, que no ano de 1927 assumiu o cargo de prefeito interventor do município de Coari, depois que seu antecessor, Herbert de Azevedo, foi brutalmente assassinado.

Projeto de Fomento e valorização da Cultura Literária Coariense





Acreditando que a literatura é de fato uma manifestação artística indispensável para a formação cultural e social de um povo, a Prefeitura de Coari, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECULT está dedicando uma atenção especial ao Projeto de Fomento à Cultura Literária Coariense, criado com o objetivo de incentivar à criação, à produção e a difusão literária coariense.

O projeto funciona como uma espécie de estímulo à cultura ou promoção ao desenvolvimento cultural através do qual a SECULT incentiva à produção, o financiamento e a publicação de obras de autores coarienses, e ainda ajuda a difundir distribuindo gratuitamente nas escolas da rede municipal e estadual de ensino do município. E, por meio do Projeto Sexta Cultural, que reúne todos os segmentos da cultura local em eventos realizados em praças e ginásios da cidade, os autores têm a oportunidade de ter um contato direto com seus leitores e vice-versa. 

Nos últimos 11 meses, o projeto já financiou a publicação de três livros, Saga Ribeirinha, Uma Literatura Coariense e A História e a Cultura Coariense nas Rimas do Cordel. “Saga Ribeirinha” é um livro de poemas de autoria do jovem poeta coariense, Alex Alves. Obra na qual o poeta expressa a solidão que o caboclo sente, os passamentos dos ribeirinhos, o sofrimento do povo nas mãos dos maus políticos e ainda ensina como fazer uma farinhada. Já, a obra “Uma Literatura Coariense” foi organizada numa parceria de Archipo Góes e Daniel Almeida, respectivamente secretário e assessor de comunicação da Secult. Com 100 páginas, o livro reúne 49 obras, em prosa e em versos, de autores coarienses que na sua maioria viviam no anonimato, mas também destaca o trabalho literário de três ícones da literatura coariense que pertenceram a escola literária Clube da Madrugada, Francisco Vasconcelos, José Coelho Maciel e Erasmo Linhares. 3 mil exemplares das obras foram distribuídos nas escolas do município.

Para o titular da pasta de Cultura e Turismo, Archipo Góes, que também é pesquisador, escritor e poeta, “com esse trabalho o atual Governo Municipal, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, está estimulando a fruição e a leitura literária, contribuindo, assim, para que a literatura que se utiliza da língua como um instrumento de comunicação e interação social, seja, pois, uma manifestação artística indispensável para a difusão da cultura e para a democratização do conhecimento”, garante o secretário.
 
Daniel Almeida.

Professor do IFAM lança livro sobre resistências, rebeldias e fugas escravas no Amazonas provincial



O professor do Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), Ygor Olinto Rocha Cavalcante (28), em parceria com Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Coari (Secult), lançou na última sexta-feira (08) o livro “Uma Viva e Permanente Ameaça: resistências, rebeldias e fugas escravas no Amazonas provincial”. A obra, que segundo o autor, nasceu de uma dissertação de mestrado, coloca em evidência novas e relevantes informações sobre a escravidão africana no Amazonas.


Com 250 páginas e dividido em três capítulos, o livro “Uma Viva e Permanente Ameaça: resistências, rebeldias e fugas escravas no Amazonas provincial” descreve pormenores sobre a escravidão negra no Amazonas entre os séculos XVII-XXIX a partir de um longo trabalho de pesquisa em acervos e bibliografias no Amazonas, no Pará e no Maranhão. E, tomando como protagonistas as culturas africanas, as comunidades negras e os quilombolas o autor revela um universo pouco explorado da historiografia brasileira ao tornar pública histórias de personagens que ficaram invisíveis por mais de um século, ajudando assim, a aprimorar o entendimento da sociedade amazonense durante o período escravocrata.


Ao relatar que “A sociedade amazonense de meados do século XIX estava assentada na liberdade precária da maioria de seus habitantes e, ao mesmo tempo, profundamente comprometida com a escravidão negra”, o autor põe em “cheque” o trabalho de outros historiadores que afirmam que a presença negra no Amazonas é pequena e que a escravidão africana por aqui foi insignificante. O livro apresenta uma sociedade marcada por hierarquias e explorações do trabalho indígenas, negros, mulatos, pardos, carafusos, caboclos, tapuias, e caborés, com fatos reais das lutas e das tentativas de fugas daqueles que tentavam fugir do cativeiro, mas que eram perseguidos até mesmo pelas autoridades policiais e governamentais. 


O livro revela dados históricos, que comprovam, que mesmo depois da abolição da escravidão no Brasil, os “senhores” continuaram a explorar o trabalho escravo até de forma mais violenta, quando crianças eram retiradas de seus pais, culpados de serem pobres e negros ou indígenas, para serem entregues a quem pudesse, a pretexto de educar-lhes.

Para Elaine P. Rocha, professora da University of the West Indies, Cave Hill, Barbados, “a obra veem preencher uma lacuna” por trazer uma visão nova, rica e inclusiva da sociedade amazonense do século XIX. “O que o Ygor mostra aqui (no livro) não apenas merece ser inserido na grande historiografia brasileira e internacional por apontar pontos convergentes entre a história da escravidão nas áreas de monocultura brasileira e nas regiões de Planations nos Estados Unidos, como também merece ser louvado pelo fato de mostrar o diferencial entre essas regiões e o Amazonas”, avalia Elaine Rocha.


Sobre o autor

Foto: Bernardo Reis



Ygor Olinto Rocha Cavalcante é historiador e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) – Campus Coari. Leciona Sociologia, Filosofia, História e Ética, sob a influência de Karl Marx e Sigmund Freud. Mestre em História Social da Amazônia (2013) pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM); atua nos grupos Sociedade Amazônica (IFAM) e Migrações e Africanidades Latino Americanas na Amazônia (UFAM), dedicando-se aos temas da História Social do Trabalho e da Escravidão na Amazônia. Em 2010, recebeu prêmio no Concurso Nacional de Monografias e Dissertações sobre a Cultura Afro-brasileira pela Fundação Palmares e Ministério da Educação e da Cultura.  

Daniel Almeida.