26-Set-2008
Na Amazônia, é comum a ocorrência de áreas que apresentam solos alterados por populações pré-colombianas, também conhecidos como terra preta de índio (TPI). A maioria destas áreas estão localizadas em terra-firme, sendo escassos os relatos de sua ocorrência na várzea. Buscando contribuir para a literatura especializada no tema, pesquisadores do projeto Piatam (de avaliação da indústria do petróleo no Amazonas) realizaram trabalho de identificação, classificação e caracterização física, química e mineralógica em terrenos da comunidade de Lauro Sodré, no município de Coari (a 368 km de Manaus).
Os resultados obtidos com a pesquisa fazem parte do levantamento científico intitulado “Caracterização de perfil de solo com horizonte antrópico (Terra Preta de Índio) na várzea no rio Solimões – AM”, apresentado pelo mestre em Ciências Agrárias Rodrigo Macedo, este ano. Segundo o pesquisador, os terrenos de terra preta de índio tem se tornado alvo de discussões por diferentes profissionais do meio científico.
“É de suma importância pela agregação de novos conhecimentos resultantes da interação com outros profissionais que trabalham com o tema, independente de ser linhas de pesquisa específicas diferentes dentro desse macrotema. A oportunidade de realização de contatos e firmamento de parcerias com tais profissionais também fortalece o grupo”, disse ele.
As pesquisas foram realizadas ao longo de três excursões-padrão do Piatam, quando os integrantes da equipe de Solos identificaram as áreas de terra preta por meio de conversas com os ribeirinhos e com o auxílio do grupo de arqueologia, que já possuía algumas coordenadas dos locais. Depois da identificação, foram coletadas amostras para análise física, química e mineralógica – esta última ainda em andamento.
“Com a identificação desses locais, tentaremos contribuir com os estudos de ocupação das várzeas amazônicas pelos povos pré-colombianos e contribuir para chaves taxonômicas específicas de terra preta, podendo ainda sugerir mudanças no atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, pois essas áreas ainda não são definidas com clareza, afirmou”.
Sobre o trabalho em conjunto com a arqueologia, Macedo lembra que as áreas de terra preta são um patrimônio arqueológico em razão dos inúmeros artefatos encontrados. Dessa forma, o estudo, além de colaborar para um maior entendimento a respeito de antigas civilizações que fizeram parte da ocupação da Amazônia, busca a conscientização no tocante ao manejo racional dessas áreas, evitando a perda significativa desse patrimônio deixado pelos povos antigos.
Os resultados dos testes de laboratório nos materiais colhidos revelaram teores elevados de fósforo. Esse dado reforça a hipótese do uso do solo por grupos pré-históricos uma vez que a substância é um dos principais elementos diagnósticos de ocorrência de TPI.
As análises verificaram o predomínio da partícula silte (com valores em média superiores a 500 g kg-1), reflexo da natureza incipiente desses solos. São solos novos formados a partir de sedimentos recentemente depositados e que se renovam anualmente com a deposição dos novos sedimentos a cada ciclo de cheia dos rios da região compreendida.
Essas informações levaram os pesquisadores à conclusão de que a várzea provavelmente foi capaz de sustentar os maiores assentamentos humanos da pré-história amazônica – conforme relatado pelos cronistas – graças à fertilidade do solo e à facilidade de acesso aos recursos da fauna aquática. A dificuldade de encontrar os vestígios desta ocupação é resultado do soterramento pela deposição anual dos sedimentos e pelo fenômeno de desbarrancamento, também conhecido como “terras caídas”.
Na Amazônia, é comum a ocorrência de áreas que apresentam solos alterados por populações pré-colombianas, também conhecidos como terra preta de índio (TPI). A maioria destas áreas estão localizadas em terra-firme, sendo escassos os relatos de sua ocorrência na várzea. Buscando contribuir para a literatura especializada no tema, pesquisadores do projeto Piatam (de avaliação da indústria do petróleo no Amazonas) realizaram trabalho de identificação, classificação e caracterização física, química e mineralógica em terrenos da comunidade de Lauro Sodré, no município de Coari (a 368 km de Manaus).
Os resultados obtidos com a pesquisa fazem parte do levantamento científico intitulado “Caracterização de perfil de solo com horizonte antrópico (Terra Preta de Índio) na várzea no rio Solimões – AM”, apresentado pelo mestre em Ciências Agrárias Rodrigo Macedo, este ano. Segundo o pesquisador, os terrenos de terra preta de índio tem se tornado alvo de discussões por diferentes profissionais do meio científico.
“É de suma importância pela agregação de novos conhecimentos resultantes da interação com outros profissionais que trabalham com o tema, independente de ser linhas de pesquisa específicas diferentes dentro desse macrotema. A oportunidade de realização de contatos e firmamento de parcerias com tais profissionais também fortalece o grupo”, disse ele.
As pesquisas foram realizadas ao longo de três excursões-padrão do Piatam, quando os integrantes da equipe de Solos identificaram as áreas de terra preta por meio de conversas com os ribeirinhos e com o auxílio do grupo de arqueologia, que já possuía algumas coordenadas dos locais. Depois da identificação, foram coletadas amostras para análise física, química e mineralógica – esta última ainda em andamento.
“Com a identificação desses locais, tentaremos contribuir com os estudos de ocupação das várzeas amazônicas pelos povos pré-colombianos e contribuir para chaves taxonômicas específicas de terra preta, podendo ainda sugerir mudanças no atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, pois essas áreas ainda não são definidas com clareza, afirmou”.
Sobre o trabalho em conjunto com a arqueologia, Macedo lembra que as áreas de terra preta são um patrimônio arqueológico em razão dos inúmeros artefatos encontrados. Dessa forma, o estudo, além de colaborar para um maior entendimento a respeito de antigas civilizações que fizeram parte da ocupação da Amazônia, busca a conscientização no tocante ao manejo racional dessas áreas, evitando a perda significativa desse patrimônio deixado pelos povos antigos.
Os resultados dos testes de laboratório nos materiais colhidos revelaram teores elevados de fósforo. Esse dado reforça a hipótese do uso do solo por grupos pré-históricos uma vez que a substância é um dos principais elementos diagnósticos de ocorrência de TPI.
As análises verificaram o predomínio da partícula silte (com valores em média superiores a 500 g kg-1), reflexo da natureza incipiente desses solos. São solos novos formados a partir de sedimentos recentemente depositados e que se renovam anualmente com a deposição dos novos sedimentos a cada ciclo de cheia dos rios da região compreendida.
Essas informações levaram os pesquisadores à conclusão de que a várzea provavelmente foi capaz de sustentar os maiores assentamentos humanos da pré-história amazônica – conforme relatado pelos cronistas – graças à fertilidade do solo e à facilidade de acesso aos recursos da fauna aquática. A dificuldade de encontrar os vestígios desta ocupação é resultado do soterramento pela deposição anual dos sedimentos e pelo fenômeno de desbarrancamento, também conhecido como “terras caídas”.