ANA CAROLINA BARBOSA
Coari,
no Amazonas, está entre as 100 cidades brasileiras com mais de 26 mil
mulheres com maior índice de homicídio de pessoas do sexo feminino,
proporcional à sua população, registrados em 2010. O município foi o 99º
colocado. A preimeira na lista é Paragominas (PA).
A
revelação consta no “Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no
Brasil”, de autoria do professor Julio Jacobo Waiselfisz, e cuja
atualização foi divulgada pelo Centro Brasileiro de Estados
Latinoamericanos (Cebela) em parceria com a Faculdade Latinoamericana de
Ciências Sociais (Flacso), em razão da comemoração dos seis anos de
criação da Lei Maria da Penha, ontem. O estudo foi feito com base em
dados do Ministério da Saúde.
De
acordo com o estudo, ocorreram, em 2010, em Coari, seis homicídios de
mulheres. Embora o número pareça inexpressivo, já que a cidade possuía, à
época, 38.489 habitantes, ele revela que a taxa de 8,2 mortes para cada
100 mil mulheres é considerada alta.
O
estudo aponta, ainda, que o Amazonas registrou, no mesmo ano, 66 mortes
de mulheres em decorrência de algum tipo de violência, ou, 3,8 para
cada cem mil habitantes – considerando informações do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número colocou o Estado
na 23ª colocação entre os outros 26 estados brasileiros e o Distrito
Federal. O primeiro colocado foi o Espírito Santo, com 175 mortes.
Já
no que diz respeito às capitais, Manaus foi a 20º na taxa de
homicídios, já que do total, 48, o equivalente a 72,7%, ocorreram na
cidade, ou ainda, 5,2 para cada 100 mil habitantes. Em primeiro lugar
ficou Vitória, no Espírito Santo, com 23 homicídios de mulheres, ou, 3,2
para cada 100 mil habitantes.
O
estudo revela também que as maiores vítimas são mulheres com idade
entre 15 e 29 anos e os principais responsáveis são os maridos. No caso
das crianças com até nove anos de idade, os pais são os agressores quase
que exclusivamente. Outro detalhe de relevância é que, a maioria das
agressões ou mortes, ocorre nas próprias residências.
As
armas de fogo continuam sendo o principal instrumento dos homicídios e a
violência física é a preponderante, englobando 44,2% dos casos. A
psicológica ou moral representa acima de 20%. Já a violência sexual é
responsável por 12,2% dos atendimentos.
Dados nacionais
Conforme
o relatório elaborado por Julio Jacobo Waiselfisz, publicado em maio de
2012, o registro total (homens e mulheres) de homicídios em 2010 foi de
52.260, 4.465 só entre as mulheres.
Considerando
dados de 30 anos no Brasil (entre 1980 e 2010), mais de 92 mil
mulheres, 43,7 mil só na última década, foram assassinadas.
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