No médio rio Solimões, na altura de Coari, a pesca de peixes de couro é abundante.
Caboclos da região pescam a noite em pequenas
canoas, de linhada na mão, piraíbas, jaús, douradas, cacharas entre
outros que são genericamente chamados de “liso” ou “fera”. Comerciantes
estabelecidos em casas flutuantes na beira do rio pagam pelo peixe
tratado, sem cabeça e víceras, o dobro do preço do peixe vendido no
“sangue”, bruto, do jeito que saiu da água. Nestes flutuantes, a lida
do peixe é feita em cima de estrados de madeira em cima da água, como o
que se vê na foto. A quantidade de piranhas que devoram os restos é tão
grande que parece que a água esta fervendo ao lado dos homens que limpam
os peixes.
“Para o patrão a cabeça sempre vai até a metade do
peixe” diz um caboclo que vendeu uma piraíba no “sangue” de 40 kilos e
levou para casa R$ 50,00 para pagar uma parcela da dívida com o regatão,
o barco armazém dos interiores da Amazônia.
Quando a carga esta completa o comerciante leva o
peixe para ser vendido em Leticia, cidade colombiana na divisa entre os
dois paises. Com dinheiro da venda do peixe o barco é abastecido para a
volta com óleo diesel e gasolina, que custa a metade do preço que é
cobrado no Brasil. Na chegada o combustível é repassado para os postos
da cidade e comercializado normalmente, sem nota fiscal. O comprovante
na região é o recibo.
Fonte: www.pedromartinelli.com.br
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