A
professora do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Ufam de Coari, da
Universidade Federal do Amazonas, a bióloga Adriana Dantas Gonzaga,
desenvolveu um método para controlar as formigas cortadeiras a partir
de microorganismos endofíticos (aqueles que habitam o interior da
planta sem causar danos aparentes, principalmente fungos e bactérias)
de plantas da Amazônia.
Considerados
como “pragas” na agricultura, as formigas cortadeiras, popularmente
conhecidas como saúvas foram a matéria-prima da pesquisa, tese de
doutoramento do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. As formigas
causam prejuízos por desfolharem inúmeras quantidades de material
vegetal.
O método
comumente empregado para combater as formigas cortadeiras tem sido o
uso indiscriminado de iscas tóxicas, sem levar em conta a espécie ou o
nível dos danos. Com isso, podem ser prejudicadas muitas formigas que
não são pragas agrícolas, e até outros organismos.
“Medidas
de controle que causem menor impacto ambiental são de primordial
importância, o que estimula o ressurgimento do uso do controle
biológico”, explicou a pesquisadora. Ela começou a desenvolver
trabalhos com controle alternativo de insetos, observando a preocupação
dos agricultores e sua dificuldade em controlar alguns destes animais.
”Isso me fez questionar a importância de se combater os insetos de uma
maneira efetiva e sem causar prejuízos ao meio ambiente”, disse a
pesquisadora.
De acordo
com ela, ainda serão necessários testes para validação e verificação
do interesse da indústria para realizar a comercialização.
“Podemos
controlar as formigas cortadeiras com produtos alternativos como
plantas inseticidas, que muitas vezes encontram-se nas residências. Não
posso entrar em detalhes devido o pedido de patente”, disse Gonzaga.
A patente
do produto será solicitada este ano junto à Ufam. Futuramente, ele
poderá ser comercializado como uma alternativa com menor impacto
ambiental para o controle de pragas , pois não utiliza produtos
químicos, causadores de inúmeros problemas ao meio ambiente,
prejudiciais ao homem e a outros animais e poluidores do solo e da
água.
Após a
conclusão da tese de doutorado, a pesquisa segue com a verificação da
produção de algumas enzimas pelos fungos inoculados dos formigueiros
das formigas cortadeiras, estes podem ser utilizados em inúmeras ações
biotecnológicas.
As pesquisas básicas correlacionadas
com o projeto estão sendo executadas em vários outros projetos de
pesquisa envolvendo estudantes do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (Pibic e Pibic JR) que participam do grupo de
pesquisa Micro-organismos associados a insetos sociais da Amazônia.
Fonte: UFAM
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