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terça-feira, fevereiro 22, 2011

Dois mil empregos são previstos com a exploração de petróleo no AM

Primeira sonda está em fase final de montagem no município de Tefé. Poço começa a operar em junho (Foto: Divulgação)

Até o final desse mês – a HRT Oil & Gas, empresa petrolífera que vai explorar petróleo nos municípios de Tefé, Carauari e Coari – começará a perfuração do primeiro poço. Em fase pré-operacional, a empresa já investiu cerca de R$ 50 milhões e contratou aproximadamente 800 pessoas só para começar a operação. Até o final deste ano, a empresa estará operando com mais de dois mil funcionários, a maioria no interior.

Para dar suporte à perfuração do primeiro poço em Tefé, a HRT contratou 600 pessoas no município. Praticamente todo o pessoal de campo, de geofísica, preparação de base, topografia, montagem, transporte fluvial, apoio logístico, segurança de trabalho, entre outras áreas, foi contratado no próprio município.

A petroleira está fechando acordos com o Governo do Estado para capacitar trabalhadores de Tefé, por meio do Cetam e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A ideia do presidente da empresa, Márcio Rocha Mello, é manter a política de prioridade à mão-de-obra local. Mesmo os funcionários de qualificação mais específica, como os engenheiros, foram contratados em Belém, sendo que a maioria é de ex-funcionários da Petrobras.

Produção
O primeiro poço da HRT deve começar a produzir em junho, ainda em teste de longa duração. “Acreditamos que naquela reserva há 800 milhões de barris. Na bacia do Solimões, sempre há 60% de óleo e 40% de gás, ou 60% de gás e 40% de óleo”, disse Rocha Mello. A produtividade esperada em Tefé é maior que a das reservas de Urucu, em Coari, algo em torno de 2,5 mil barris por dia, segundo as estimativas. E esse será apenas o primeiro poço. A empresa planeja perfurar 12 este ano, e 24 em 2012. Oito perfurações deste ano já estão licenciadas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

Beneficiamento local
O processamento do petróleo e do gás retirados de Tefé e Carauari pela HRT será feito nos próprios municípios. Há planos para produção de fertilizantes - amônia, ureia e metanol - a partir do gás natural em Tefé. Um dos fatores que concorrem para isso é a própria precariedade das vias de transporte no interior. “Na Amazônia, se tem que fazer qualquer coisa que envolva transporte, significa custo, tempo e muito dinheiro. O ideal é que se consiga fazer todo o beneficiamento no local”, comentou Rocha Mello.

Outra possível utilização para o gás natural é a geração de eletricidade. O empresário cogita a possibilidade de construir pelo menos uma termelétrica de grande capacidade em Tefé ou Carauari. A transmissão da energia seria feita através de uma rede que passaria sobre a copa das árvores.

Uma ligação com o sistema nacional em Porto Velho permitiria à usina amazônica fornecer energia para o restante do País. Um projeto audacioso, que depende da confirmação das reservas e da produtividade previstas para a HRT.

Se todo o potencial dos poços de Tefé for confirmado, o município poderá, em poucos anos, se transformar em uma nova “Coari”, dispondo de fartos recursos oriundos dos royalties, pagamentos que a empresa exploradora deve fazer diretamente ao município onde ocorre a exploração. Se a produção nos campos de Tefé já estivesse, hoje, a todo vapor, a HRT já estaria pagando duas vezes mais royalties do que a Petrobras paga a Coari. Enquanto isso, Tefé respira esperança de que, em junho, o petróleo comece a jorrar.

 Fonte: http://acritica.uol.com.br

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