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sábado, maio 07, 2011

Rio dos Deuses.

Encanta-me os sons desse rio negro como o baré;
Donde surge o Jaraquí pra comer frito com açaí.
Rio de ouro e de deuses, o rio de Coari,
buraco pequeno, que serve de abrigo para a beleza infinita.
Meu rio-estrada, das melhores que já andei, a única onde nadei.
Rio que gera a vida, revitaliza a alma e me faz perder o pensamento
em tanta beleza e inspiração.
Mergulho em seus encantos de botos rosa e tucuxi,
que metem medo no ribeirinho e nas “caboquinhas”,
que atribuem o filho inexplicável ao danado do rapaz de roupas alvas e
distinto da meia-noite.
Porque o rio dos deuses indígenas é mansinho, farto,
e nunca deixa faltar nada na vida do amazonense que escolheu a vida tranqüila, sem “busão” e poluição.
Quer mesmo é viver essa “leseira baré” que o calor trás,
o ventinho fresco e a rede atada entre as árvores.
Quer viver dos casos, acasos e causos,
sem a preocupação dessa gente de cidade grande,
que vive pra ter dinheiro e comprar, comprar e comprar o luxo.
Ô maninho, luxo aqui no mato é ter um ar puro pra respirar,
uma rede pra embalar, uma canoa pra pescar.
No lugar de piscina, um rio imenso pra mergulhar e esse sossego desmedido.
Bossa a gente faz quando abre a janela e é contemplado pela imensidão verde.
É conhecer os bichos de fato, pela experiência, e não pela internet.
É viver quase num estado natural Rousseauniano,
mas sem ser o lobo do outro homem que Hobbes falou.
É ter sempre o que comer na cuia,
não faltar peixe com farinha e uma macaxeira cozida de manhã,
é ter orgulho de descendência indígena,
ter os cabelos tal qual Iracema, negros como o Graúna.
Orgulhoso da cultura e esperto com os sugadores que aparecem de 4 em 4 anos,
porque caboclo não é leso não mano! Se faz.
Prazer é ser desse chão, desse rio, desse povo.
De ser um “Coaya-Cori”, fruto desse buraco pequeno quente que só,
mas que tem o melhor açaí, a tapioca, o bejú e a banana fritinha com café.
A Coari, princesinha do Solimões, do ouro negro, abençoada pelos deuses das tribos, pelos deuses gregos, latinos, católico apostólico romano, umbanda, e qualquer outro deus que exista.
Afinal, todos sempre são brasileiros e vivem em Coari.



Adrielly Granjeiro.

6 comentários:

  1. Raymerson Granjeiro8 de mai. de 2011, 00:27:00

    Grande poetisa, revelação amazonense, filha da terra orgulho do povo amazonense coariense é gente da nossa gente...parabéns adrielly granjeiro.

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  2. minha filha, cada vez mais foda heim =) meu orgulho, minha amiga que eh linda e inteligentissima <3

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  3. Lesera baré... texto muito bem escrito, sensilidade e orgulho aflorado, continue assim Dri, o caminho é este!
    Beijo... Max

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  4. Muito bom Dryyy.
    Afinal, todos sao brasileiros e vivem em Coari..

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  5. muito bom!!
    parabens pela poesia..

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  6. Parabéns! Sua poesia é linda.

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