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quarta-feira, novembro 15, 2006

Polícia prende ex-vereador em Coari


O ex - vereador Arnaldo Almeida Mitouso, acusado de ter matado, em 1995, o então prefeito do município de Coari (a 370 km a oeste de Manaus), Odair Carlos Geraldo, foi preso ontem por policiais da 12ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC). A prisão ocorreu na casa de Mitouso e em cumprimento à sentença de pronúncia expedida pelo juiz Hugo Fernandes Levy Filho, que substitui a juíza Careen Aguiar, que está de férias, na 1ª Vara da Comarca de Coari.

Segundo o magistrado, o ex-vereador foi preso em “uma ação preventiva para garantir a presença dele no júri popular que julgará a morte de Odair Carlos Geraldo”. O julgamento ainda não tem data definida, mas poderá ocorrer ainda este ano. “Ele ficará à disposição da Justiça aguardando os procedimentos legais”, disse Levy.

A prisão de Arnaldo ocorre semanas depois do despacho de Hugo Fernandes Levy, acatando denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), em que proferiu sentença encaminhando o julgamento do ex-vereador ao Tribunal do Júri.

De acordo com o inquérito policial, Arnaldo é acusado de ter disparado dois tiros contra Odair Carlos Geraldo em agosto de 1995, quando o ex-prefeito estava num restaurante do bairro de Chagas Aguiar, para uma confraternização do Dia dos Pais. O motivo do crime foi a prisão do irmão de Arnaldo, Adalberto Mitouso, realizada a pedido de Odair, com quem o ex-vereador tinha conflitos políticos.

Esta semana o ex-vereador havia entrado com recurso na Justiça negando ser o autor do disparo que matou Geraldo. Ele alega no recurso que um laudo do Instituto de Criminalística do Amazonas indica que Odair foi alvejado por um tiro nas costas de revólver calibre 22.

Ainda de acordo com o recurso, Arnaldo afirma que portava um revólver calibre 32. Ele alega, citando flagrante feito por policiais militares na época, que o tiro que saiu de sua arma atingiu o então segurança Romão Almeida que acompanhava o prefeito no momento da confusão.

Arnaldo e Romão serão os únicos a serem levados a júri popular, já que outros quatro envolvidos tiveram o crime de lesão corporal prescritos. Se condenados, ambos poderão pegar até 20 e 13 anos de prisão respectivamente, sendo que Romão é acusado de tentativa de homicídio por ter atirado em Mitouso. Arnaldo Mitouso foi transferido para a Unidade Prisional de Coari na tarde de ontem.

A reportagem tentou entrar em contato com o advogado de Arnaldo, Lino Chíxaro (também deputado estadual), mas não conseguiu encontra-lo. O assessor de Lino, Aníbal, se prontificou a localizá-lo, mas não deu retorno e nem atendeu mais o telefone celular.
Fonte: Diário do Amazonas - 12-11-2006

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