Três municípios tiveram eleição suplementar para assegurar ingresso de novo prefeito.
Manaus - Quatro dos 12 prefeitos que assumiram a vaga de gestores cassados são acusados das mesmas irregularidades dos antecessores. Suspeitas de crimes e fraudes eleitorais, má gestão do recurso público e contratos fraudulentos estão entre as acusações que envolvem os atuais prefeitos de Juruá, Anamã, Coari e Tefé.
Para o cientista político Renan Freitas Pinto, o fato não é surpresa. “A eleição não isenta nada. Se fosse um sistema totalmente livre de mazelas, poderíamos ter algo novo”, disse ele ao afirmar que o sistema político é “extremamente vulnerável à compra de votos e interesses”
Anamã
Em Anamã, Jecimar Matos (PHS) assumiu a prefeitura no lugar de Raimundo Pinheiro (PCdoB), cassado por compra de votos e ‘caixa 2’ nas eleições de 2008. Jecimar é acusado pela oposição de fraudar a eleição suplementar, em dezembro de 2010 porque saiu candidato majoritário mesmo depois de ter anunciado que seria o vice-prefeito da então candidata Rose Thelly. Para os autores do processo, a substituição indica fraude eleitoral punível com a perda do mandato. A defesa de Jecimar alega que a acusação não tem amparo legal. O processo ainda aguarda o julgamento do juiz Celso Souza de Paula, de Anamã.
Juruá
O atual prefeito de Juruá, Tabira Ferreira (PTB) foi o segundo colocado nas eleições de 2008 e com a cassação de Edézio Ferreira da Silva (PMDB) - afastado por pagar passagem de barco, telhas, remédios, gasolina e ranchos em troca de votos - acabou assumindo a Prefeitura. Em uma ação do Ministério Público Eleitoral, ele está sendo investigado pela Polícia Federal por suposta compra de voto. O relator é o juiz Mário Augusto da Costa.
Coari
O prefeito de Coari, Arnaldo Mitouso (PMN), enfrenta o bloqueio das contas do município que administra. Na mais recente intervenção da Justiça nos cofres de Coari, o desembargador Aristóteles Thury determinou, em caráter liminar, o imediato bloqueio de contas. Mitouso ainda não conseguiu reverter a situação. O prefeito
foi eleito numa eleição suplementar em setembro de 2009, ano em que o ex-prefeito Rodrigo Alves (PP) foi cassado por abuso de poder econômico.
Tefé
Em setembro, o DIÁRIO revelou que o prefeito de Tefé, Jucimar Veloso, o ‘Papi’ (PMDB), contratou R$ 6 mi em serviços sem licitação, baseando-se em uma declaração de situação de emergência considerada irregular pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec). Três das empresas que receberam dinheiro de Tefé são de ‘fachada’. Duas delas pertencem à mesma pessoa. Nos endereços, há apenas casas comuns, localizadas em Iranduba e Rio Preto da Eva. A Procuradoria da Prefeitura de Tefé disse que o município “fez tudo dentro da normalidade administrativa”.
‘Papi’ chegou à Prefeitura de Tefé após a realização de novas eleições, em janeiro desse ano. O antecessor, Sidônio Gonçalves, foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foi multado em mais de R$ 340 mil pela Corte de Contas por má aplicação de verbas.
Fonte: www.d24am.com
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