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quarta-feira, junho 22, 2011

O dinheiro de Coari pode estar em Brasília

Saco de dinheiro

A pop­u­lação de Coari, mu­nicípio lo­cal­izado a 360 km da cap­ital ama­zo­nense, con­vive com um ver­dadeiro caos so­cial e econômico. De­pois de várias re­uniões pela ci­dade, fun­cionários públicos, com­er­ciantes, presta­dores de serviço, agricul­tores e es­tu­dantes in­gressam hoje (22), junto ao Min­istério Público Es­tadual (MPE), com pe­dido de blo­queio das contas da Prefeitura Mu­nic­ipal de Coari (PMC), pelo não cumpri­mento do cal­endário mensal de paga­mentos dos servi­dores e do 13º de 2010, que o próprio prefeito ap­re­sentou à justiça e se com­pro­m­eteu em cumprir. A in­ter­venção na prefeitura, também, será so­lic­i­tada na mesma ação. Apesar dos mil­hões de reais, que todos os meses en­tram no mu­nicípio, não se vê uma única obra custeada pela prefeitura.

Pelas ruas da ci­dade, a inda­gação é uma só : por que toda vez que o jul­ga­mento, no Tri­bunal Su­pe­rior Eleitoral, do prefeito afas­tado, Ro­drigo Alves, vai ser re­al­izado falta din­heiro nas contas da prefeitura, para pagar fornece­dores e salários dos fun­cionários públicos? Pela ci­dade se co­menta que é comum ver asses­sores como o pro­fessor Eloim e o próprio se­cretário de fi­nanças do mu­nicípio Aldemir Mi­touso, irmão do prefeito, passe­ando na cap­ital do País.

Co­menta-se que malas de din­heiro têm saído do mu­nicípio de lan­chas, com des­tino a Brasília (DF), via rio Purus, que, através de uma estrada de terra, chega a Porto Velho e, de lá, parte para a Cap­ital Fed­eral, em pe­quenos av­iões. Nos úl­timos vinte e sete dias, os cofres do ex­ec­u­tivo já re­ce­beram mais de R$ 20 mil­hões, mas, os paga­mentos estão atrasados. “A única coisa que fazem é lam­buzar de tinta e in­au­gurar escolas, sem bebedouros e merenda escolar”, protesta um pro­fessor que prefere não se iden­ti­ficar com medo da vi­o­lência que im­pera na ci­dade. Com a falta de pro­jetos, per­spec­tivas e obras que gerem ocu­pação e renda, a pop­u­lação se vê refém dos con­stantes as­saltos à mão ar­mada, de noite e de dia.
(Eledilson Co­lares)

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