A PF não informou quem é o dono da casa e deixou a cidade às 7h de ontem com o dinheiro e documentos apreendidos.
As pessoas que foram ouvidas pela reportagem não quiseram ter o nome identificado, temendo represálias, e afirmaram que Aguiar visita o local freqüentemente mais nunca chegou a morar na casa.
“Ele aparecia aqui sempre e nunca vimos movimentação que mostrasse que ele mora aí. Quase todo mundo sabe que essa casa é dele”, disse um senhor que não quis se identificar.
A PF concentrou as ações de busca e apreensão de terça-feira à noite e ontem pela manhã, nos arredores da propriedade, antes de retornar a Manaus. Foram várias diligências, que começaram depois que o avião levando as pessoas presas em Coari decolou do aeroporto da cidade.
“A (Polícia) Federal entrou aí e quando saiu veio com muitas malas com dinheiro. Um amigo meu foi chamado (pela PF) para ser testemunha para o flagrante e disse que era muita grana”, disse um professor que pediu para não ter o nome revelado.
Situada na parte de trás do conjunto Naíde Lins, a área onde está a casa é separada por um muro e tem guarita de proteção, denominada como área nobre do conjunto residencial. A outra parte do conjunto não é cercada.
A maior parte das casas é de propriedade da Prefeitura de Coari, que cede a funcionários que estão trabalhando na cidade, mas moram em outros municípios.
As construções são de classe média com casas bem acabadas e muradas. O que chama atenção do local onde foi apreendido o dinheiro, é que se trata da única casa sem muro e que está praticamente abandonada. A parte de trás está tomada pelo mato.
A casa é cercada de pessoas de confiança de Adail ou Aguiar. Do lado esquerdo da propriedade mora o ex-secretário de Comunicação e pretenso candidato a vereador, Walcione Tavares. À direita, mora o secretário de Governo, Afonso Vieira, e à frente a sogra de Aguiar, de nome não revelado.
Além da casa de Aguiar, a PF entrou em outras casas do conjunto Naíde Lins para cumprir mandados de busca e apreensão. No local moram várias pessoas de alta confiança de Adail, como o secretário de Administração Adriano Salan, a irmã de Adail e secretária–adjunta de Economia e Finanças, conhecida como Rom Cineide Gomes, e pessoas que ocupam cargos de confiança.
“Foi uma movimentação que durou quase a noite toda, com carros entrando e saindo com malas, caixas e documentos. Vimos eles entrarem na casa do ‘Salan’, do ‘Afonsinho’ e do Aguiar. Praticamente o conjunto ficou fechado”, disse o empresário Anderson Sérgio.
Em nota, a Secretaria Municipal de Comunicação de Coari informou que se reuniu ontem com sua assessoria jurídica para obter todas as informações sobre a operação ‘Vorax’, da Polícia Federal. “O prefeito reafirma sua determinação para que todos os secretários municipais fraqueassem (entregassem) os documentos da Prefeitura de Coari e suas secretarias à Polícia Federal, a fim de esclarecer a verdade”, diz a nota.
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